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TEMPESTADE

O sistema prisional brasileiro prevê por lei o direito de pessoas em situação de cárcere saírem do presídio, temporariamente, durante 7 dias. As datas das saídas temporárias, também conhecidas como Saidinha,  acontecem 5 vezes ao ano próximas a feriados e datas comemorativas, assim é possível que essa população possa compartilhar esse tempo com suas famílias. 

Em 2021, próximo ao feriado do dia 12 de setembro, acompanhei a saída temporária da Penitenciária Feminina do Butantã (CPP) e conheci o trabalho de Tempestade e a história de Leiliane. 

Tempestade é militante pelo desencarceramento e egressa do cárcere, durante os 5 anos que esteve presa trabalhou no setor judiciário da Penitenciária Feminina Santana com o intuito de conhecer os seus direitos enquanto detenta, durante o trabalho Tempestade utilizava a escrita, por meio de cartas, para movimentar o setor e ajudar mulheres que não sabiam escrever e que não tinham informações sobre o andamento de seus processos e seus direitos. Tempestade vive em liberdade e segue lutando em prol do desencarceramento, colhendo informações processuais de detentas e movimentando esses processos durante as saídas temporárias da Penitenciária Butantã (CPP), em São Paulo.

Leiliane teve sua saidinha concedida poucos dias depois de perder sua companheira por Covid dentro da penitenciária, em um estado delicado de saúde mental consequente do luto e sem familiares para visitar durante a saída, Leiliane encontrou em Tempestade, e outros ativistas que se encontravam no local, disposição para usufruir dos seus dias em liberdade, compartilhando um pouco de uma rotina na casa aberta e arborizada de Tempestade, na zona norte de São Paulo.

The Brazilian prison system provides by law the right for people in detention to leave prison temporarily for 7 days. The dates of the temporary leaves, also known as Saidinha, take place five times a year around holidays and commemorative dates, so that these people can share this time with their families. 
 
In 2021, close to the September 12th holiday, I accompanied the saidinha from the Butantã Women's Penitentiary (CPP) and got to know Tempestade's work and Leiliane's story. 

Tempestade is an activist for decarceration and a ex-prisoner. During five years in prison, she worked in the judicial sector of the Santana Women's Penitentiary in order to learn about her rights as a prisoner, in her work Tempestade used writing, through letters, to mobilize the sector and help women who couldn't write and who didn't have information about the progress of their cases and their rights. Tempestade lives in freedom and continues to fight for decarceration, collecting information on processes from detainees and moving these cases along in all the Saidinhas that she follows at the Butantã Penitentiary (CPP) in São Paulo.

Leiliane was allowed her Saidinha a few days after losing her girlfriend to Covid inside the penitentiary. In a delicate state of mental health as a result of her bereavement and with no family to visit during her leave, Leiliane found in Tempestade, and other activists who were there, a willingness to enjoy her days in freedom, sharing a bit of a routine in Tempestade's open and wooded house in the north of São Paulo.

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